Sustentabilidade

    Atualmente, a palavra “sustentabilidade” é utilizada em muitos contextos, tendo por isso atingindo algum nível de “saturação”. Consequentemente, é necessário ter presente o seu real significado. Existem várias definições, sendo a mais utilizada e a mais conhecida aquela que define desenvolvimento sustentável como:

 “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades; significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”. (Bruntland et al. 1987) Uma vez mais, a necessidade de se alterar os padrões do consumo, como já havia sido defendida por vários autores na década de 1970, constituiu uma evidência deste relatório, ao considerar que os stakeholders “mais ricos deveriam adotar estilos de vida que estivessem em harmonia com os limites ecológicos do planeta” (Bruntland et al. 1987).

    O conceito de desenvolvimento sustentável acima transcrito foi consagrado no documento “O Nosso Futuro Comum”, publicado em 1987 pela World Commission on Environment and Development, uma comissão das Nações Unidas, chefiada pela então Primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, sendo igualmente conhecido como o Relatório Brundtland.

    Este relatório identificou os três componentes fundamentais do desenvolvimento sustentável – ambiente, economia e sociedade, ao mesmo tempo que clamava por uma estratégia que unificasse o desenvolvimento económico e o ambiente. Na verdade, o relatório foi ainda mais longe, considerando que o desenvolvimento sustentável exigiria a unificação da economia e da ecologia ao nível das relações internacionais.

Os pilares da sustentabilidade e as suas interações

     Fonte: Baseado na Agência Francesa para o Desenvolvimento 

    A definição de sustentabilidade implica, assim, não só a integração equilibrada dos sistemas económico, sócio-cultural e ambiental, a par dos aspectos institucionais relacionados com o conceito muito actual de “boa governação”, tendo implícita a capacidade de compreender e analisar os problemas de forma transversal e sistémica. Ou, sumariamente, apela à urgência de nos preocuparmos no presente com os acontecimentos do futuro, agindo de forma coerente no sentido de o salvaguardar.